"Como podemos nos entender (...), se nas palavras que digo coloco o sentido e o valor das coisas como se encontram dentro de mim; enquanto quem as escuta inevitavelmente as assume com o sentido e o valor que têm para si, do mundo que tem dentro de si?." (Pirandello).


quarta-feira, 2 de junho de 2010

É verdade que só as baratas sobreviveriam a um desastre nuclear?

Retirado do site da Revista Super Interessante
por Texto Marina Bessa

É mentira. Tudo indica que esse mito tenha nascido na década de 1960, com o relato nunca confirmado de que baratas teriam sobrevivido às bombas atômicas jogadas sobre Hiroshima e Nagasaki.

A crença até que tem fundamento: baratas são mais resistentes que os humanos e que quase todos os outros animais não-insetos. Além do tamanho diminuto, a bichinha se vira muito bem em um ambiente hostil – ela come matéria em decomposição e pode viver sem cabeça por algumas semanas. Mas a suposta resistência à radioatividade estaria relacionada à sua constituição: por serem organismos muito simples, elas têm poucos genes sujeitos a mutação. E, como suas células se dividem muito mais lentamente que as nossas, elas ganham mais tempo para consertar problemas causados pela radiação, como danos fatais ao DNA.

Isso tudo faz das baratas cerca de 20 vezes mais resistentes à radiação que o homem, que afrouxa com meros 1 000 rads (unidade de radiação absorvida). Mas não basta para sobreviverem a uma bomba como a de Hiroshima, que irradiou 34 mil rads no seu epicentro.

Os verdadeiros heróis da resistência seriam os mais simples dos seres, como musgos, algas e protozoários. É provável que a última das sobreviventes seria a bactéria Deinococcus radiodurans, presente em ambientes ricos em matéria orgânica, que consegue se multiplicar até sobre lixo radioativo. Coitada da barata.

Corrida radioativa
Exposta à radiação, a barata morreria bem antes de outros insetos, alguns vermes e muitas bactérias
Barata Americana - 20 mil rads
Caruncho de madeira (Lyctus brunneus) - 48 mil rads
Mosca-das-frutas - 64 mil rads
Larva parasitóide (Habrobracon hebetor) - 180 mil rads
Bactéria (Deinococcus radiodurans) - 1,5 milhão de rads

2 comentários:

  1. Sempre acreditei no mito da barata !
    Vivendo e aprendendo!

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  2. Obviamente o mito é reforçado pelo cinema, que comumente utiliza esses insetos como "medidor" de radiação/perigo.

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